Você já ouviu falar no protocolo SPIKES? A sua publicação foi feita nos ano 2000 e rapidamente ele se tornou uma das ferramentas mais amplamente usadas para orientar profissionais de saúde em conversas difíceis. Apesar de ter quase três décadas, o SPIKES continua sendo uma base sólida para uma comunicação compassiva. Mas será que ele responde a todas as necessidades da prática atual?
o protocolo SPIKES: passo a passo
O SPIKES é um acrônimo em inglês que guia o profissional em seis etapas fundamentais da comunicação com os pacientes:
S - Setting (Preparação do ambiente): Escolher um local apropriado e garantir privacidade.
P - Perception (Compreensão): Avaliar o que o paciente já sabe sobre sua condição.
I - Invitation (Convite): Perguntar ao paciente quanto ele deseja saber.
K - Knowledge (Informação): Fornecer a notícia de forma clara e objetiva, evitando termos técnicos.
E - Emotions (Empatia): Reconhecer e validar as emoções do paciente.
S - Strategy and Summary (Estratégia e resumo): Traçar o plano de cuidados de forma colaborativa.
Nas últimas décadas, o SPIKES tem sido uma ferramenta essencial para treinar profissionais de saúde - não apenas paliativistas - na difícil tarefa de comunicar diagnósticos, mudanças de prognóstico e outros momentos sensíveis.
outras ferramentas de comunicação em saúde 🙊
O protocolo SPIKES é o básico que todo profissional de saúde precisa dominar. Embora tenha sido pioneiro, hoje é só uma das várias ferramentas e técnicas de comunicação que já foram desenvolvidas. Se você ainda não o conhece, precisa correr para integrar em sua prática. Se já o domina, não pode se contentar em parar por aí.
O estudo e prática de comunicação em todo o mundo evoluiu - incorporou princípios da comunicação não violenta, de escolas de negociação e mediação. Na saúde, novas ferramentas e abordagens têm sido desenvolvidas: há outros acrônimos, como o NURSE e modelos mais profundos, como a Anatomia da comunicação.
O que as novas ferramentas de comunicação possuem em comum? A clareza e a tentativa crescente de incluir as emoções no diálogo, reconhecendo a humanidade de ambas as partes envolvidas: profissionais de saúde e pacientes e familiares.
"Conheça todas as teorias, domine todas as técnicas, mas ao tocar uma alma humana, seja apenas outra alma humana." Carl Jung
dica da especialista 🤌🏻
Você já tem o e-pali ou costuma ler minhas pílulas paliativas? Então já sabe que essa é uma seção especial: aqui compartilho insights a partir da minha visão e experiência profissional.
💡 O SPIKES é um excelente ponto de partida, mas não devemos nos limitar a ele. A comunicação é uma habilidade viva, que exige prática e ajustes contínuos. Como profissional de saúde, esteja sempre atento ao momento emocional do paciente e da família. Esteja também atento às suas próprias emoções. Não se apegue ao protocolo técnico - utilize seu repertório com compaixão e criatividade sempre que perceber a necessidade de corrigir a rota de uma conversa difícil.
garimpo da cecy 💎
A Cecy é uma avatar paliativa inspirada em Cicely Saunders. Ela está nos e-palis, fala com você no direct do Instagram e aqui traz toda semana avisos e indicações para você ir além.
📙 O livro “Conversas difíceis” nasceu do Harvard Negotiation Project e fornece insights valiosos sobre como discutir o que é mais importante em todos os cenários da vida.
📚 O artigo original que descreveu o SPIKES vale a pena ser lido.
🎙️ Você também pode assistir este vídeo no Youtube para consolidar seu conhecimento sobre o SPIKES. Em inglês, mas você pode ativar a tradução automática.
Voltremos a falar sobre esse tema!
Até domingo,
Fernanda
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